Fazendeiro assinaria testamento um dia após a data em que foi morto por disputa por herança bilionária, diz delegado; filhos são suspeitos do crime
01/11/2025
(Foto: Reprodução) Seis pessoas são presas suspeitas de participar da morte de fazendo, em Quirinópolis
O fazendeiro e empresário Jefferson Cury, de 83 anos, assinaria um testamento um dia após a data em que foi morto por disputa por herança bilionária, segundo o delegado responsável pelo caso, Adelson Candeo. Os dois filhos da vítima, um corretor de imóveis e três funcionários foram presos suspeitos de participar do crime, que ocorreu novembro de 2023, em Quirinópolis, na região sudoeste de Goiás.
"Ele vai assinar um outro testamento, repassando todo o seu patrimônio para uma holding, que é um CNPJ do qual os filhos não são sócios. Ele iria assinar esse testamento no dia 29. Mas ele morreu dia 28 à noite", explicou o delegado.
O g1 não conseguiu localizar as defesas dos investigados até a última atualização desta reportagem.
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60 dias antes do crime, os filhos, que são suspeitos de encomendar a morte do pai, tentaram interditar o fazendeiro, mas não conseguiram a liminar favorável à interdição, segundo a Polícia Civil.
De acordo com o delegado, os dois chegaram a gravar uma reunião em tom agressivo com o pai. “Um deles chega a ameaçar o advogado, dizendo que, se ele não tomasse providência, algo muito ruim iria acontecer”, relatou. Quando a tentativa de interdição judicial falhou, os filhos teriam seguido com o plano criminoso.
Adelson explicou que o patrimônio da vítima era avaliado em bilhões de reais. "O senhor Jefferson construiu um patrimônio enorme com muito trabalho e valorizava demais o dinheiro. Era um homem simples, que tomava cerveja barata e vivia de forma humilde”, pontuou.
As prisões dos investigados ocorreram nesta quarta-feira (29) em São Paulo e no Mato Grosso do Sul.
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Relembre o caso
Jefferson Cury, em Goiás
Divulgação/Polícia Militar
O crime aconteceu por volta das 22h20 do dia 28 de novembro de 2023, quando Jefferson Cury e seu advogado foram abordados em uma propriedade rural, às margens da GO-206. O fazendeiro morreu com um tiro no rosto, enquanto o advogado sobreviveu após ser baleado na cabeça.
Segundo a polícia, um dos suspeitos chegou a dizer, logo após os disparos: “Agora a dívida está paga”, em referência à dívida de R$ 1,7 milhão do filho do caseiro com o empresário.
O delegado explicou ainda que o corretor de imóveis preso lucraria ao menos R$ 50 milhões com a venda de fazendas após a morte do fazendeiro. “Ele já havia ganho R$ 12 milhões em apenas uma ligação, revendendo terras herdadas pelos filhos”, disse.
A investigação apontou que o casal de caseiros e o filho deles participaram do crime, auxiliando na logística e informando sobre os horários da vítima. Após o assassinato, os filhos não teriam esperado nem o fim da ocorrência registrada pela Polícia Militar para assinar documentos do inventário.
Investigação
De acordo com Adelson, o corretor e os dois filhos da vítima são apontados como mentores intelectuais do crime.
Ainda segundo o investigador, o advogado, que sobreviveu à tentativa de homícidio, relatou que havia duas pessoas no local da execução, uma delas era o filho do caseiro. "A pessoa que apertou o gatilho ainda não foi identificada”, destacou o delegado.
A Polícia Civil continua investigando o caso com o objetivo de identificar o executor e com quebras de sigilo bancário para confirmar o envolvimento dos suspeitos.
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